sábado, 26 de março de 2011

Saresp e Enem

Os péssimos resultados do Saresp e do Enem têm como o grande vilão, nada mais nada menos que a famigerada APROVAÇÃO AUTOMÁTICA. Depos pedem aos professores que preparem aulas mais motivanates, pois os alunos não têm interesse pelas aulas "chatas". Na verdade os alunos não têm é motivação para aprender e levar os estudos a sério, pois percebem seus colegas que só atrapalham, que não sabem ler e nem realizar cálculos simples, sendo aprovados sem o mínimo esforço e acham que é mais fácil fazer o mesmo, pois não têm maturidade para saber que os únicos prejudicados são neles mesmos, apesar de o governo e parte da população creditar todo a culpa nos professor.
Imagine alguém lhe oferecer um emprego e dizer que basta você comparecer todos os dias (ou pelo menos em 75% do tempo), que você terá sua recompensa (salário) garantida. Quantos de nós trabalharíamos pra valer e quantos apenas compareceriam, sem realizar nada de útil? Pois é isso que a tal da aprovação automática faz com os nossos estudantes. Some-se a isso a grande fraude que é o tal do índice de aprovação e evasão escolar, pois por causa de uns míseros trocados (O bônus), muitos dirigentes, supervisores, gestores, etc, sentem-se pressionaodos  e pressionam para que esses alunos passem de qualquer jeito, aí quando vem uma avaliação externa é isso que acontece.
Pelo fim da aprovação automática e pela valorização do professor é que eu desabafo!!!

Sou Professor efetivo do Estado de São Paulo (com dois cargos = 50 aulas/semana) e sei o que estou dizendo.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

(Eu acuso !) (Tributo ao professor Kássio Vinícius Castro Gomes)


Recebi por e-mail, de um amigo, e me sinto no dever de compartilhar.

Meu dever é falar, não quero ser cúmplice. (...) (Émile Zola) 


Foi uma tragédia fartamente anunciada. Em milhares de casos, desrespeito. Em outros tantos, escárnio. Em Belo Horizonte, um estudante processa a escola e o professor que lhe deu notas baixas, alegando que teve danos morais ao ter que virar noites estudando para a prova subsequente. (Notem bem: o alegado “dano moral” do estudante foi ter que... estudar!).

A coisa não fica apenas por aí. Pelo Brasil afora, ameaças constantes. Ainda neste ano, uma professora brutalmente espancada por um aluno. O ápice desta escalada macabra não poderia ser outro.

O professor Kássio Vinícius Castro Gomes pagou com sua vida, com seu futuro, com o futuro de sua esposa e filhas, com as lágrimas eternas de sua mãe, pela irresponsabilidade que há muito vem tomando conta dos ambientes escolares.

Há uma lógica perversa por trás dessa asquerosa escalada. A promoção do desrespeito aos valores, ao bom senso, às regras de bem viver e à autoridade foi elevada a método de ensino e imperativo de  convivência supostamente democrática.

No início, foi o maio de 68, em Paris: gritava-se nas ruas que “era proibido proibir”. Depois, a geração do “não bate, que traumatiza”. A coisa continuou: “Não reprove, que atrapalha”. Não dê provas difíceis, pois “temos que respeitar o perfil dos nossos alunos”. Aliás, “prova não prova nada”. Deixe o aluno “construir seu conhecimento.” Não vamos avaliar o aluno. Pensando bem, “é o aluno que vai avaliar o professor”. Afinal de contas, ele está pagando...

E como a estupidez humana não tem limite, a avacalhação geral epidêmica, travestida de “novo paradigma” (Irc!), prosseguiu a todo vapor, em vários setores: “o bandido é vítima da sociedade”, “temos que mudar ‘tudo isso que está aí’; “mais importante que ter conhecimento é ser ‘crítico’.”

Claro que a intelectualidade rasa de pedagogos de panfleto e burocratas carreiristas ganhou um imenso impulso com a mercantilização desabrida do ensino: agora, o discurso anti-disciplina é anabolizado pela lógica doentia e desonesta da paparicação ao aluno – cliente...

Estamos criando gerações em que uma parcela considerável de nossos cidadãos é composta de adultos mimados, despreparados para os problemas, decepções e desafios da vida, incapazes de lidar com conflitos e, pior, dotados de uma delirante certeza de que “o mundo lhes deve algo”.


Um desses jovens, revoltado com suas notas baixas, cravou uma faca com dezoito centímetros de lâmina, bem no coração de um professor. Tirou-lhe tudo o que tinha e tudo o que poderia vir a ter, sentir, amar.

Ao assassino, corretamente , deverão ser concedidos todos os direitos que a lei prevê: o direito ao tratamento humano, o direito à ampla defesa, o direito de não ser condenado em pena maior do que a prevista em lei. Tudo isso, e muito mais, fará parte do devido processo legal, que se iniciará com a denúncia, a ser apresentada pelo Ministério Público. A acusação penal ao autor do homicídio covarde virá do promotor de justiça. Mas, com a licença devida ao célebre texto de Emile Zola, EU ACUSO tantos outros que estão por trás do cabo da faca:

EU ACUSO a pedagogia ideologizada, que pretende relativizar tudo e todos, equiparando certo ao errado e vice-versa;

EU ACUSO os pseudo-intelectuais de panfleto, que romantizam a “revolta dos oprimidos”e justificam a violência por parte daqueles que se sentem vítimas;

EU ACUSO os burocratas da educação e suas cartilhas do politicamente correto, que impedem a escola de constar faltas graves no histórico escolar, mesmo de alunos criminosos, deixando-os livres para tumultuar e cometer crimes em outras escolas;

EU ACUSO a hipocrisia de exigir professores com mestrado e doutorado, muitos dos quais, no dia a dia, serão pressionados a dar provas bem tranqüilas, provas de mentirinha, para “adequar a avaliação ao perfil dos alunos”;

EU ACUSO os últimos tantos Ministros da Educação, que em nome de estatísticas hipócritas e interesses privados, permitiram a proliferação de cursos superiores completamente sem condições, freqüentados por alunos igualmente sem condições de ali estar;

EU ACUSO a mercantilização cretina do ensino, a venda de diplomas e títulos sem o mínimo de interesse e de responsabilidade com o conteúdo e formação dos alunos, bem como de suas futuras missões na sociedade;

EU ACUSO a lógica doentia e hipócrita do aluno-cliente, cada vez menos exigido e cada vez mais paparicado e enganado, o qual, finge que não sabe que, para a escola que lhe paparica, seu boleto hoje vale muito mais do que seu sucesso e sua felicidade amanhã;

EU ACUSO a hipocrisia das escolas que jamais reprovam seus alunos, as quais formam analfabetos funcionais só para maquiar estatísticas do IDH e dizer ao mundo que o número de alunos com segundo grau completo cresceu “tantos por cento”;

EU ACUSO os que aplaudem tais escolas e ainda trabalham pela massificação do ensino superior, sem entender que o aluno que ali chega deve ter o mínimo de preparo civilizacional, intelectual e moral, pois estamos chegando ao tempo no qual o aluno “terá direito” de se tornar médico ou advogado sem sequer saber escrever, tudo para o desespero de seus futuros clientes-cobaia;

EU ACUSO os que agora falam em promover um “novo paradigma”, uma “ nova cultura de paz”, pois o que se deve promover é a boa e VELHA cultura da “vergonha na cara”, do respeito às normas, à autoridade e  do respeito ao ambiente universitário como um ambiente de busca do conhecimento;

EU ACUSO os  “cabeça – boa” que acham e ensinam que disciplina é “careta”, que respeito às normas é coisa de velho decrépito,

EU ACUSO os métodos de avaliação de professores, que se tornaram templos de vendilhões, nos quais votos são comprados e vendidos em troca de piadinhas, sorrisos e notas fáceis;

EU ACUSO os alunos que protestam contra a impunidade dos políticos, mas gabam-se de colar nas provas, assim como ACUSO os professores que, vendo tais alunos colarem, não têm coragem de aplicar a devida punição.

EU VEEMENTEMENTE ACUSO os diretores e coordenadores que impedem os professores de punir os alunos que colam, ou pretendem que os professores sejam “promoters” de seus cursos;

EU ACUSO os diretores e coordenadores que toleram condutas desrespeitosas de alunos contra professores e funcionários, pois sua omissão quanto aos pequenos incidentes é diretamente responsável pela ocorrência dos incidentes maiores;

Uma multidão de filhos tiranos que se tornam alunos -clientes, serão despejados na vida como adultos eternamente infantilizados e totalmente despreparados, tanto tecnicamente para o exercício da profissão, quanto pessoalmente para os conflitos, desafios e decepções do dia a dia.

Ensimesmados em seus delírios de perseguição ou de grandeza, estes jovens mostram cada vez menos preparo na delicada e essencial arte que é lidar com aquele ser complexo e imprevisível que podemos chamar de “o outro”.

A infantilização eterna cria a seguinte e horrenda lógica, hoje na cabeça de muitas crianças em corpo de adulto: “Se eu tiro nota baixa, a culpa é do professor. Se não tenho dinheiro, a culpa é do patrão. Se me drogo, a culpa é dos meus pais. Se furto, roubo, mato, a culpa é do sistema. Eu, sou apenas uma vítima. Uma eterna vítima. O opressor é você, que trabalha, paga suas contas em dia e vive sua vida. Minhas coisas não saíram como eu queria. Estou com muita raiva. Quando eu era criança, eu batia os pés no chão. Mas agora, fisicamente, eu cresci. Portanto, você pode ser o próximo.”

Qualquer um de nós pode ser o próximo, por qualquer motivo. Em qualquer lugar, dentro ou fora das escolas. A facada ignóbil no professor Kássio dói no peito de todos nós. Que a sua morte não seja em vão. É hora de repensarmos a educação brasileira e abrirmos mão dos modismos e invencionices. A melhor “nova cultura de paz” que podemos adotar nas escolas e universidades é fazermos as pazes com os bons e velhos conceitos de seriedade, responsabilidade, disciplina e estudo de verdade.


Igor Pantuzza Wildmann
Advogado – Doutor em Direito. Professor universitário

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Serra Derrotado!

Vejam pelo lado bom, embora a Dilma não seja conhecida e tudo isso que falam, o mais importante é ver o Serra DERROTADO!
Só isso já vale muito a pena. Tenho certeza que a grande maioria dos funcionários públicos do estado de São paulo estão muito felizes hoje.
PARABÉNS a todos nós!!!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Alckimin não é a solução!! (recebi por e-mail e resolvi postar)

PROFESSOR ( A )

SE APÓS 6 ( SEIS ) ANOS DE GOVERNO GERALDO ALCKMIN NÃO TIVEMOS MELHORIAS NA EDUCAÇÃO, POR QUE AGORA EM UM NOVO MANDATO, A PARTIR DE 2011, GERALDO ALCKMIN SERIA A SOLUÇÃO ?

ELEIÇÃO É HORA DE MUDANÇA, DEPOIS NÃO ADIANTA RECLAMAR.

PROFESSOR, REFLITA... VOCÊ TEM POUCA OPÇÃO. NÃO FIQUE MAIS 4 ANOS RECLAMANDO E SOFRENDO.


MUDE !!!

sábado, 10 de abril de 2010

Fim da Greve!

Na última assembleia na av. paulista, ficou decidido o fim da greve que já durava um mês.
Não obtivemos, ainda, nenhuma das nossa reivindicações e eu credito isso a falte de coragem da maioria dos nossos colegas de trabalho, que só reclamam das atitudes tomadas contra nós, mas na hora de colocarem a "cara pra bater" se omitem. Como uma conselheira da APEOESP me disso outro dia: "Vamos perder para os nossos próprios colegas", e é isso que eu estou vendo. Não sei a opinião de vocês porém, acho que iremos avançar muito pouco. É lamentável perceber a cada ação do nosso sindicato o quanto nós professores somos desunidos e alguns até mesmo vendidos por uns poucos trocados, pois o tal do bonus faz com que muitos passem alunos despreparados e biguem com colegas, sem perceber que quando chegarem a aposentadoria não terão mais estes "benefícios".
Agora só falta esses professores votarem no Serra para presidente, aí eu não falo mais nada...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Assembleia dos Professores - Av. Paulista - 31/03/2010

Em assembleia na Av. Paulista no dia 31/03/2010, os professores do Estado de São Paulo votaram pela continuação da GREVE, já que o governo não negocia com a categoria e ainda finge que nada esta acontecendo. Embora alguns partidos políticos estejam se aproveitando da nossa GREVE, acredito que a manutenção da mesma se faz necessário para que possamos avançar, no sentido de uma negociação que venha a favorecer toda a categoria (e não apenas 20% ou menos). Vejam algumas fotos.




sábado, 27 de março de 2010

Manifestação dos professores feita em 26 de Março:

Gostaria de compartilhar o e-mail que recebi do meu amigo Paulo Cesar (prof. de Filosofia), sobre a manifestação da última sexta-feira 26/03/2010, no Palácio dos Bandeirantes em SP.


Manifestação dos professores feita em 26 de Março:


Um dia para ser esquecido, ou sempre lembrado?



Esperávamos que esta sexta-feira fosse mais um dia tranquilo de reivindicação política em luta pela dignidade do magistério. Mas não foi bem assim, fomos recepcionados por uma forte chuva, inclusive de granizo. Procurávamos os mais diversos meios para escaparmos dela, não foi possível. Depois, já todos molhados brincávamos: “podia ser pior”.


O pior não ficou no devir, ao final da tarde foi tornado realidade pelos “soldados cabeça de papel” por meio de spray de pimenta, bombas de efeito moral, gás, balas de borracha. Que barulho, que correria, que cheiro, que dor, que pena!


Quanta indignação... “E agora José” a quem recorrer? À Mídia? Penso que não, pois no geral insistem em compactuar com as propostas enganosas do atual governo deste Estado. Recorrer aos colegas de trabalho? A qual deles? Aos companheiros que estão conosco nas ruas, sentados nas calçadas embaixo de sol e chuva, ou aos que ainda não aderiram ao movimento. Acredito que seja a esses que mais uma vez devamos procurar, pois somando forças conseguiremos avançar rumo à vitória.


Caso novamente tenhamos um “não”, como resposta, além da indignação, agora também a decepção pelo desamparo até daqueles que convivem conosco e conosco constroem a nossa história. Talvez alguns continuem esperando a adesão de todos, enquanto outros buscam o bem de todos.


Procuro com essas palavras não a persuasão, pois não possuo essa arte e nem a desejo no momento, mas sim o desabafo de algo que está engasgado não na garganta, mas na alma.


Profº Paulo Cesar


Piedade SP